terça-feira, 28 de maio de 2013

SEO: matar é uma questão sobrevivência

Há 6 meses escrevi um texto pro WebInsider, que fala sobre o fim que temos que dar aos projetos de SEO como fazemos, entendemos e vendemos nos dias de hoje. Temos que que matá-lo para conseguirmos sobreviver. E rápido. SEO: precisamos matá-lo para conseguirmos sobreviver A maneira como se pensa e se projeta SEO precisa de uma guinada radical. Essa evolução é necessária para os profissionais não permanecerem em um círculo vicioso de baixo valor. Trabalho com SEO há quase oito anos, com buscadores há 10, quando o mercado não pensava que poderia existir um sistema tão eficaz para catalogar os sites na web. Hoje, depois de tanta evolução, de trabalhos com resultados ótimos, outros nem tanto, de muitas vezes me sentir no limbo e outras sentir que era a galinha de ovos de ouro, chego a mesma conclusão que Jeff Ferguson sobre o futuro da otimização de sites: SEO como conhecemos hoje precisa morrer para poder renascer, precisa morrer para que defendamos nossa profissão, tem que morrer para evitar que nos tornamos profissionais de marketing de baixa qualidade, para evitar que nós nos tornemos vendedores de cobras. A culpa é do Google Fatalmente você já deve ter visto alguma apresentação de SEO com a fórmula mágica dos três pilares para ganhar relevância e aparecer nas primeiras posições do Google: pilar de tecnologia, de conteúdo, de popularidade. Essa fórmula existe, é vendida e funciona. Funciona porque é assim que o Google construiu seu sistema de algoritmo para poder indexar mais páginas em menos tempo e oferecer informações com uma simples palavra. O Google soube impulsionar o seu negócio fazendo o buzz no mercado. Buzz que fez surgir uma profissão (nossa profissão SEO’s) que convencesse clientes e marcas de que era preciso mudar seu site, colocar conteúdo interessante e relevante para aparecer nas primeiras posições do Google. Que era preciso pedir links, para ganhar alguns pontos e melhorar o posicionamento. Isso tudo sem saber a fórmula mágica do Google. Afinal, vendemos isso como se fosse a fórmula da Coca-Cola: todo mundo gosta, mas ninguém sabe como é feita. Fazer um site bem estruturado, com conteúdo relevante, com uma boa linkagem é o básico. Deveria ser feito desde sempre. Internet é conteúdo, é informação em suas diferentes formas: texto, vídeo, imagem. Não acredita? Então por que você usa o YouTube para assistir o vídeo que todo mundo está comentando? Por que usa o Google ou Yahoo ou Bing para saber a cotação do dólar, a previsão do tempo, ou os efeitos da tempestade Sandy em Nova Iorque? Por que diabos você entra no Facebook, não importa onde esteja, para saber o que seus amigos estão postando, falando, fazendo, qual é a opinião das pessoas sobre o acontecimento do momento. Aliás, por que você tem um Facebook mesmo? Por que você fez um perfil no LinkedIn? Por que tira fotos no Instagram? A resposta é: conteúdo que interessa a você e que você estava procurando. Site institucional e as redes sociais Imagine a situação: você vai viajar e precisa saber qual é o peso da bagagem de mão que sua companhia aérea permite levar. Onde você busca essa informação? No site da companhia ou em um site, blog ou fórum de viagem? Quem te passa mais credibilidade? A sua companhia aérea, lógico. A informação está lá, confirmada por quem te vendeu a passagem. A empresa é responsável por essa informação e qualquer problema você pode reclamar. Pois é. Mas os sites de companhia aérea são uma exceção à regra. Até porque elas são obrigadas a seguir as regras impostas pela Infraero e colocá-las em seu site para o consumidor. Infelizmente, os sites institucionais ainda não seguiram a tendência informativa que eles devem ter na web. Existe uma preocupação muito grande de mostrar sua missão, valor, objetivo da marca, da sua campanha publicitária, mas não fala muito seus produtos ou serviços. Isso quando se fala. É preciso que as marcas falem de seus produtos em seus sites institucionais. Os sites devem ser a principal fonte informação para seus clientes. Lá têm que ter dicas, dúvidas sobre os produtos, ingredientes da fórmula. É preciso que essas informações sejam encontradas em casa e não em blogs, artigos, etc. Quem tem que falar primeiro é você, que faz o produto. Isso sim traz relevância que o Google usa pra posicionar o seu site, é isso que é preciso mudar em seus sites. Aí você pode pensar: eu tenho uma fan page no Facebook que tem essas informações e dialoga com as pessoas. Ai eu respondo: isso está errado. Por favor, não matem seus sites institucionais em prol da fan page no Facebook. Ela deve ser um canal de comunicação com seu clientes, de relacionamento e não sua página oficial. As informações devem estar no site, com seu logo, com sua URL, com seu código de confidencialidade. Não estou dizendo que a fan page não serve para nada. Pelo contrário, serve muito e é muito importante. Tanto que o Google valoriza muito as referências delas, assim como Twitter, Wikipédia, entre outros, mesmo sendo canais que não passam relevância de links que podem melhor seu posicionamento nos resultados de busca (sim, os links desses sites são bloqueados para os spiders dos buscadores). E sabe por que o Google valoriza esses canais? Por causa do conteúdo relevante, muitas vezes feito pelos próprios usuários. Conteúdo que traz a resposta para a dúvida que eles estavam procurando e não encontraram no seu site. A fan page deve ser um canal de divulgação das informações que estão no seu site, até porque é no Facebook que seu cliente está e comenta com os amigos a sua experiência e reclama muitas vezes. O Facebook, Twitter se tornaram o que chamam de SAC 2.0, o que é ótimo, embora, particularmente, tenha a opinião que a ferramenta não ajuda na comunicação com o cliente. É fácil de se perder em tantos comentários, reclamações, sem nenhum número de acompanhamento para solucionar e atender os clientes. Muitas vezes a culpa da falta de comunicação nem é da marca. Mas isso é assunto para outro artigo. O ilusionismo do SEO e os profissionais de TI Construir um site bem desenvolvido em HTML, leve, com tempo de carregamento rápido, deveria ser uma premissa, ainda mais aqui no Brasil, que a internet não é lá essas coisas. No projeto de SEO que vendemos hoje isso vem como um truque, uma mágica, sempre tem uma gambiarra para continuar com aquele Flash pesado e posicionar o site no Google. Você tem tempo de esperar o Flash ser carregado? Você tem paciência de esperar tanto para ver tão pouco (geralmente Flash vem com muita imagem e pouco conteúdo)? Não sou contra o Flash. Pelo contrário, muitos produtos devem e precisam ter o Flash para gerar uma interatividade. Mas por que fazer tudo em Flash? Conheço muitos profissionais de TI que já possuem a visão de que é possível fazer um site legal, bonito, usando os recursos certos, que deixam os spiders dos buscadores lerem e indexarem as páginas. O que falta é conteúdo. E graças a Deus que as equipes de TI estão tendo essa visão. Quanto mais sites bem desenvolvidos com as “regras dos buscadores”, menos fértil será o campo de trabalho daqueles profissionais de SEO que vendem gato por lebre, que vendem truques mágicos de posicionamento de sites, que mudam o foco do projeto para achar uma forma de agilizar o processo de posicionamento, de fazer gambiarras. Por isso tudo que SEO precisa morrer. Precisa morrer para termos sites mais ricos, mais relevantes, com mais informações. Para que nós, e aqui me coloco como usuária viciada em buscador, tenhamos mais credibilidade nas informações nas buscas, nas redes sociais. A gente precisa se reencontrar. Reencontrar a forma certa de vender esse recurso de forma mais justa. Do contrário estaremos sempre em segundo plano. Seja porque não entramos na proposta criativa, seja porque não teve tempo hábil de construir um site “otimizado”, seja porque o cliente não comprou. SEO não deve ser cobrado à parte, deve estar no escopo, nas premissas, na entrega final. Se a gente não fizer nada, estamos fadados a sermos vendedores de cobras que entregam relatórios de ranking de palavras com várias desculpas por que não conseguimos posicionamentos melhores. [Webinsider]