sábado, 27 de junho de 2015

El empleo e Tempos Modernos de Chaplin

Já viu a animação desenvolvido pelo estúdio de argentino Opusbou? Chama-se El empleo, já ganhou 102 prêmios e deixa uma reflexão sobre como trabalhamos  no século XXI.



A animação é ótima, não só pela qualidade, mas principalmente pela mensagem que passa. Trabalhamos porque precisamos do dinheiro para viver, mas estamos felizes? Problemas a parte, estamos felizes ao ir todos os dias para o escritório? Ou fazemos tudo no piloto automático.

Quando vi esta animação pela primeira vez, logo lembrei do filme de Chaplin, Tempos Modernos. Clássico do cinema é uma crítica ao capitalismo. Porém, o que mais me chamou atenção é que no filme o personagem está ligado no piloto automático, mas sempre sorrindo. Aliás essa é a principal mensagem do filme no final ( ao menos para mim): anime-se, que se você sorrir o futuro sempre será brilhante, A música foi composta por Chaplin para o filme em 1936, mas continua atual.


"That's the time you must keep on trying

Smile, what's the use of crying?

You'll find that life is still worthwhile

If you'll just smile."



É essa a grande diferença entre as duas críticas a rotina massante de trabalho: o sorriso. Na animação argentina o trabalhador não sorri uma única vez. Por sua vez, o personagem de Chaplin sempre sorri, sempre brinca, sempre encontra uma forma de tornar a rotina de trabalho menos chata e pesada.


Se esta animação é uma critica a forma como nós lidamos com os nossos empregos neste século, tenho que concluir que pioramos. Pioramos porque estamos acomodados com nossa rotina, com o salario todo mês na conta, com nossos 30 dias de férias anuais, com essa falsa estabilidade. Estamos indo pro lado mais fácil, mais prático, esperando que o mundo mude, como se mudança não dependesse de nós.

Toda esta rotina cansativa nos tira o sorriso, nos tira o humor. Precisamos trabalhar sim, mas precisamos viver antes de tudo. Se não estamos felizes, precisamos mudar de alguma forma, mesmo que isso vá contra a tudo que sempre nos foi dito. Mesmo que te digam ao contrário. Se você tem algum sonho, vá lá buscá-lo.


sexta-feira, 26 de junho de 2015

A crise do capitalismo e a criação do valor compartilhado

Aqui na Espanha uma das coisas mais legais que aprendi no Máster foi o conceito de valor compartilhado que as marcas/empresas precisam aprender a incorporar em seus negócios. O conceito do shared of value é de Michael Eugene Porter e foi escrito em um artigo de Havard: The big idea creating shared of value. E vale a pena ser lido.

A tese principal defende que o capitalismo está em crise e requer uma nova postura das empresas em relação aos valores como causas sociais, sustentabilidade e causas econômicas. O problema é que as empresas estão presas em conceitos de valores ultrapassados há décadas, focadas em resultados no curto prazo, que não pensam em investimentos futuros que gerem valor no longo prazo. Isso faz com que as empresas deixem em segundo plano a ideia de trabalhar em conjunto com a sociedade ou governo. O resultado é que continuamos presos a uma ideia de responsabilidade social ultrapassada, onde os interesses da sociedade estão na periferia e não no centro das atenções.

O valor compartilhado vai muito mais além disso. Valor compartilhado não é uma responsabilidade social, filantropia ou sustentabilidade, é um caminho para alcançar um sucesso econômico. Deve estar no centro das preocupações das empresas, e não na margem. É usar o capitalismo a favor da sociedade e não ser pautado somente pelo lucro, pelo dinheiro. Aprender como criar um valor compartilhado é uma chance que temos para mudarmos a forma de fazer negócios.

 É nessa ideia de novo capitalismo que nasce o valor compartilhado. É usar alguma parte da cadeia de valor da empresa para ajudar o seu entorno. E tem empresas que já pensam nisso, viu? A Coca-cola, por exemplo, usou o seu eficiente sistema de logística para levar medicamentos em regiões de difícil acesso. Como? Criando embalagens que se acoplavam entre as garrafas de coca-cola no engradado. O refrigerante chega nesses locais, mas os medicamentos não. Então a Coca-cola leva. Não vai atrapalhar o negócio da empresa e vai ajudar um monte de gente.

 Airbnb tem um ferramenta de resposta as catástrofes, onde anfitriões podem oferecer quartos de graça para as pessoas que passam apuros em regiões que sofrem com desastres naturais. Google, Facebook também oferecem essas ferramentas e ativaram esse ano no terremoto do Nepal.

Há vários outros exemplos de valor compartilhado. O melhor de tudo é poder ajudar a sociedade; é usar o capitalismos a nosso favor. Todos nós ganhamos.

Vale a pena ler o artigo e começarmos a pensar em como nossa forma de fazer negócio pode ajudar a sociedade.